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08/03/2024
A participação feminina no mercado de trabalho
Neste Dia Internacional das Mulheres, a pesquisadora bolsista Ingredy Bastos Braga afirma que é necessário implementar políticas públicas e ações de igualdade de gêneroSegundo a pesquisa Mulheres no Mercado de Trabalho, levantamento do Observatório Nacional da Indústria da Confederação Nacional da Indústria (CNI), feito a partir dos microdados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNADc) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a participação das mulheres em cargos de liderança evoluiu 3,4% em 10 anos. Em 2013, a participação feminina era de 35,7%, enquanto em 2023 subiu para 39,1%.
Apesar da melhora, ainda há muito para evoluir. Neste dia 8 de março, Dia Internacional das Mulheres, Ingredy Bastos Braga, pesquisadora bolsista no Instituto SENAI de Tecnologia em Meio Ambiente e Química, traz a sua visão sobre a participação feminina nas empresas.
Ela afirma que as mulheres ainda são tratadas de forma muito diferente do que os homens no ambiente corporativo. “Acredito que a abertura de vagas destinadas a mulheres seja o melhor caminho, já vi algumas, mas ainda são poucas e, na maioria das vezes, não são para cargos de liderança. Então, precisamos de políticas públicas efetivas para caminhar para uma igualdade”, diz.
O estudo do Observatório Nacional da Indústria aponta que o preconceito e a cultura machista são vistos como as principais barreiras para implementar ações de igualdade de gênero nas empresas.
Da academia para o agronegócio
A trajetória acadêmica de Ingredy começou em 2011, em uma cidade do interior de Minas Gerais, chamada Viçosa.
Na Universidade Federal de Viçosa (UFV), cursou a graduação em Química e o mestrado em Agroquímica. Ela participou de estágios e de projetos de iniciação científica voltados para a área de produtos naturais e síntese orgânica – campo da química orgânica responsável pela construção de moléculas orgânicas através de processos químicos. “Sempre gostei de trabalhar com síntese e, finalizando meu mestrado, queria trabalhar com síntese enantiosseletiva, que é um processo chave na química moderna e é particularmente importante no campo dos fármacos.”
Então, escolheu cursar o doutorado nesta área na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), onde trabalhou com catálise assimétrica. Em 2022, mudou para Curitiba, trabalhou com desenvolvimento de métodos físico-químicos de análises e, em seguida, iniciou a trajetória no agronegócio, trabalhando com desenvolvimento de formulações biológicas. “O maior desafio foi a transição do meio acadêmico para a indústria. Neste ponto, participar do programa Inova Talentos foi fundamental.” O objetivo do programa é inserir pesquisadores em grandes indústrias brasileiras para desenvolver soluções inovadoras.
Por meio do Inova Talentos, Ingredy entrou como bolsista na empresa Biotrop, do setor do agronegócio, trabalhou no projeto “Desenvolvimento de uma formulação inovadora para tratamento de sementes industrial (TSI) à base de microrganismo”, conquistando o 1º lugar na categoria Projeto Inovador do Prêmio IEL de Talentos 2023. “Trabalhar em conjunto com excelentes pesquisadores no desenvolvimento de um produto, desde os testes em bancada até o escalonamento para produção, foi algo que contribuiu muito para meu desenvolvimento profissional. Participar deste projeto foi uma experiência inspiradora e enriquecedora.”
Desde julho de 2023, Ingredy é pesquisadora bolsista no Instituto SENAI de Tecnologia em Meio Ambiente e Química e participa de um projeto para o desenvolvimento de um fertilizante organomineral a base de resíduos.